quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ninguém cresce nas ervas. A faculdade de ver o outro através de nós mesmos só é apurada quando os estágios da vida a que passamos nos ferem com suas pedras, despertando-nos para as vicissitudes da vida, para a compreensão.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tempo sem destino



E assim vai o tempo sem destino
Titubeando aqueles que não lhe seguem os sentidos
Carcomidos nas suas diligências de vida rupestre
Cercados de mel que lhes dilacera a essência
De neles não existir senão em fantasias sonâmbulas
De tempos que nunca virão.

Assinala-nos o vento com seu veneno
Que nos entorpece a respiração fugaz
Subverte-nos o olhar
Para só vermos actuar os outros.
Outros, que sempre serão pequeninas partículas
Que nos constroem para o bem e para o mal.

E assim se esvai os meus pensamentos
Dos olhares mansos das cores do mundo
Possuídos até então pelo vazio dos meus porquês
Pelas palavras silenciosas dos meus ritos matinais
Porque agora com isto sei que tenho algo para contar
Qualquer coisa de que não sei explicar
Mas que corrige a vermelhidão do meu olhar
Sempre que tento esconder os meus pensamentos.

Eternidades



















De repente dou de caras contigo
Dou de caras comigo.
Não vejo o teu semblante,
Ou pelo menos um sorriso em esboço.
Talvez a luz do teu olhar
Para me animar,
Sair deste casulo,
desta neblina.

De repente vejo que não estou só
E tento libertar-me desta penúria,
Deste desgaste mental.