sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Minhas DIVAS


Tudo o que existe, existe por existir uma  DIVA entre os ressentidos, os desenfreados,  por esta mestiçagem a que se chama gente, mas que não passam de reflexos de vidas sombrias, oriundas da podridão dos seres inanimados.

Tudo o que se escapa por entre as mãos, esquecida por tantos passos, num ir e vir de preocupações, exaustão, esquecida por esta insensibilidade que dorme neste sofá cheio de pó. Pó este que se transforma, embrulhado em fumaceira, estirado no meio do nada, envolto por tantos porquês, a espera de uma oportunidade de resposta.

Nesta alegoria de vida, sentada na penumbra do meu ser, penso em coisas boas, coisas que me fazem sentir bem e digo: eu só existo por existir na minha vida DIVAS como tu.

(A todas as DIVAS da minha vida, sobretudo minha mãe. Em meados de Outubro de 2006)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Identidade Cabo-verdiana “Afinal quem somos?!”



Costumo dizer que, enquanto continuarmos aqui imersos no desconhecido, enquanto não se ganhar uma consciência patriótica das nossas origens e das pessoas que marcaram e muito a nossa história; enquanto não se criar laços com a nossa cultura, numa espécie de reconciliação tardia com aquilo que é nosso; enquanto não tivermos consciência da nossa verdadeira identidade, mais consciência ainda que essa mesma identidade deve estar em  perfeita harmonia com a natureza, com as nossas rochas, com as nossas pedras e tudo aquilo que nos cerca e que faz de nós seres singulares. Enquanto isso não acontecer, podem vir os pousos dos intelectuais com discursos "palelas", discursos de entrosamento, discursos de veneno, daquilo que acham que é o certo, daquilo que deveria ser feito, daquilo que não deveria ser feito destilando ao mesmo tempo os discursos de seu pares.

Cada um precisa sentir a cultura dentro dele, cada um deverá buscar conhecer essa cultura, porque no dia em que isso acontecer, nós seremos realmente uma nação, um povo distinto, poderoso, onde não será mais preciso assistir situações deploráveis do sentimento de inferioridade para com os outros povos, porque nós saberemos que somos especiais, e que temos de dar continuidade a luta que os nossos irmãos nos entregaram em mãos, mas  que, infelizmente, tem estado cristalizada nas mãos erradas.

As autoridades e todos aqueles que se acham no direito de impor ordem a nossa sociedade, provavelmente porque têm poderes para isso, não querem que isso aconteça, não querem que descubramos este tipo de informações. Deturpam a nossa história, abafam os acontecimentos, os nossos heróis da espingarda, heróis da palavra.

Acorda sociedade cabo-verdiana! Abram as portas das vossas mentes, procurem, pesquisem, conversem com os mais velhos, descubram aquilo que nos, que vos pertence, porque só depois disso poderão dizer de peito aberto que tem orgulho de pertencerem a este povo. Depois disso retomamos lá onde as coisas nunca deveriam ter parado, que é a luta. Deixemos de ser um povo "lambe botas", um povo dos altos discursos, dos "bla bla", do individualismo, da competição por um ego mal curado, dos discos riscados. Passemos disso. Precisamos ser mais pragmáticos, mais incisivos, objectivos, com o sentido de um bem maior e não do protagonismo.


Façamos por merecer a nossa autonomia enquanto povo, enquanto nação. Temos que aniquilar esta cultura que se instalou aqui, que é a da roda da espera. Não esperemos por X ou por Z, avancemos, criando projectos em grupo e materializando esses mesmos projectos, porque nós temos capacidades para isso.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um ensino vanguardista ou políticos vanguardistas?





“Temos uma taxa de acesso ao ensino superior que ronda os 20 porcento, melhor que a da África que fica pelos 6% e superando os 17% das Ilhas Maurícias. Igualamos mesmo países com níveis de desenvolvimento superiores ao nosso como a China e a Indonésia”, aponta JMN que identifica como “crítica para o sucesso” do ES o nível de capacitação dos professores. E é por isso para eles que se viram também as apostas estratégicas para o sector. (http://daivarela.blogspot.com)

Competir com o ensino superior lá fora? Como é que isso pode ser possível no estado em que isto se encontra?

Não é por termos ( e temos?!) mais condições de acesso ao ES, ou por termos índices que superam as do continente africano (!) que nós vamos nos vanguardear de estar a melhorar em termos de ensino.

Por exemplo, incomoda-me esta cultura desvirtuada de nos comparem sempre e em tudo com os outros países africanos. Neste sentido até pergunto, que "franja" da realidade africana é que nós estamos a falar? É tipo estender duas camisolas velhas e sujas no varal: a primeira está demasiado encardida e pensa-se que, mediante as lavagens, se está a fazer de tudo para que o branco apareça e depois vem o consolo, que é encontrar uma camisola mais encardida ainda para estender no mesmo varal e assim disfarçar as coisas. 


Um ensino vanguardista ou políticos vanguardistas? 

Um Ensino Superior que não nos prepara de verdade para a realidade profissional; umas Universidades que abrem as portas sem as mínimas condições e o MES não faz nada; umas Universidades que, continuamente, fazem as mesmas asneiras que são abrir os mesmos cursos todos os anos (com predilecção para as áreas sociais, porque custam menos); que não fazem estudos de mercado 
para saber o nível de procura e oferta (também, porque isso não existe em Cabo Verde. Aliás, no que toca a estudos, banco de dados, estatística nós somos praticamente ZERO) . Depois é um amontoado de licenciados (que bonito: mais licenciados, mais desenvolvimento). Isto acarreta uma saturação em termos de oferta e da procura de emprego nessas áreas o que conduz, logicamente, a mais desemprego, a mais padeiros licenciados, vendedores nas lojas chinesas licenciados, mais assistentes administrativos licenciados e por ai adiante. Mas, o nosso Ensino Superior é "the best".

E depois temos o nosso brilhante sistema de ensino para piorar as coisas. Aliás, as coisas já chegam "deterioradas", porque o EBI e depois o Ensino Secundário, que são as bases dessa pirâmide "VANGUARDISTA" não funcionam como deveriam.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sinfonias


Estou de olhos fechados. Consigo ver vossos gestos, sentir vossa luz.

Tocam a essência que nos entorpece a alma, nos abranda o caminho e nos faz desligar das coisas pobres de significado.

Traço linhas horizontais na minha mente e surge-me um aclarar de sons nostálgicos que me inalam os sentidos, inundam-me o peito, invadem minha alma, acalentando as minhas preces por mais um dia de espectáculo.

Uma sombra de poeiras levanta-se diante de mim e desaparece no limiar das torrentes de ar, deixando um som no enorme vazio, numa simetria fascinante com tudo aquilo que me cerca. Mas mesmo assim, não consigo vê-la tão artista quanto vós, também partículas da natureza viva e bem viva.



“Não vale a pena chorar a crise”


Emanuel Spencer, empreiteiro de Santo Antão















Quando tanto se  fala em crise, Emanuel Spencer – sócio-gerente da Spencer Construções & Imobiliária (SCI), baseada em Santo Antão – diz encarar o futuro com optimismo. Com várias obras em curso naquela ilha, a sua empresa também tem em curso adjudicações em Angola e na Guiné-Bissau. Um caso único de internacionalização a partir de Santo Antão.


Maior empregador privado de Santo Antão, a SCI está sediada na Ponta do Sol, Ribeira Grande, sendo actualmente um nome incontornável na economia da ilha. Basta dizer que emprega cerca de 350 efectivos, 25 dos quais quadros superiores, sendo 10 estagiários. Aliás, uma das apostas da empresa passa, precisamente, na aposta em jovens quadros licenciados através de parcerias com instituições de ensino superior, nomeadamente a Uni-CV, ISCEE e Universidade do Mindelo, mas também com instituições congéneres do Brasil e Portugal.

Formação e inovação

Emanuel Rachid Spencer é um dos fundadores e sócio-gerente da Spencer Construções & Imobiliária, que, não obstante a crise internacional, se mostra optimista com o futuro. “Não vale a pena chorar a crise”, recomenda, quando questionado sobre o assunto.

 Talvez porque no caso da SCI a razão não seja para menos. Nos últimos cinco anos, os investimentos efectuados por ela em projectos próprios em Santo Antão ultrapassam os 700 mil contos. A isso soma-se os investimentos feitos por terceiros, mas ligados à SCI, que correspondem a mais de um milhão de contos, também no mesmo período. Com um aumento de facturação de 70 por cento a SCI empregava em 2010 cerca de 200 pessoas, passando a 350 em 2011. Esse número poderá, entretanto, aumentar para 500 em 2013.

Numa palavra, sobre a crise propriamente dita, Emanuel Spencer diz que ela não se faz sentir na SCI e defende que a melhor estratégia para driblar as dificuldades é através de investimentos. “Investir em áreas como agricultura, barragens, portos, aeroportos, significa apostar no crescimento e desenvolvimento económico dos país”, enumera.

E acrescenta em tom de aviso aos navegantes: “Deixar de investir no mercado imobiliário significa desemprego, falta de dinheiro. Pelo contrário, temos que injectar alguma energia para que o mercado possa se manter de pé, porque temos que continuar a lutar. Não vale a pena chorar a crise, os projectos não param, temos que movimentar o dinheiro para que as pessoas consigam sobreviver. Sou a favor da contenção, mas não desperdício ou do imobilismo”.

E, da parte que lhe toca, a SCI aposta na formação e modernização dos produtos e serviços como forma de atrair novos clientes. Uma das suas apostas, por exemplo, é o recurso a novas ferramentas de trabalho e divulgação, nomeadamente a tecnologia 3 D, através da qual os clientes poderão visualizar melhor o projecto antes de este ficar concretizado. Quatro arquitectos e dois desenhadores da SCI estão neste momento a ser formados.

Na mesma linha, SCI procura conhecer novas realidades e por isso tem apoiado missões dos seus quadros a eventos como a Feira Internacional de Artesanato e a FIC, ambas no Mindelo, ou então a Feira de Arquitectura, em Barcelona. “É necessário apostar na inovação e isto só acontece quando se entra em contacto com outras realidades. Na feira de Barcelona, por exemplo, os nossos quadros podem conhecer novos produtos, novos sistemas de design, novos materiais, numa palavra, podem expandir a sua criatividade para novas dimensões para podermos estar à altura de novos mercados”.

Extramuros, Angola e Guiné-Bissau já fazem parte do campo de acção da SCI. Neste mês de Janeiro arranca com a construção de um conjunto de habitações sociais na Guiné-Bissau, que irá abranger famílias de média e baixa renda. Estas habitações serão construídas em Bissau, Gabu e Bafatá e são realizadas em parcerias com entidades guineenses, sendo uma delas a Câmara Municipal de Bissau e o Instituto Nacional da Previdência Social daquela país irmão.

Na verdade, o projecto existe desde Junho passado, fruto de prospecções de mercado efectuadas após uma viagem feita àquele país, que Emanuel Spencer conhece bem, já que nele nasceu e viveu. Esta iniciativa contou com a colaboração de alguns empresários e com a Câmara Municipal da Ribeira Grande.

Em Angola já existe uma empresa de construção civil , a “Spencer Epgurb Construções, de que a SCI é sócia maioritária, com 65% do capital social. Aqui já tem a seu cargo ou disputa a construção de estradas em Bengo, Kwanza Norte e Kwanza Sul.

Emanuel Spencer afirma-se optimista quanto aos próximos tempos, sublinhando que esses investimentos representam, futuramente, a melhoria das condições económicas não só da SCI, como de Cabo Verde em geral e de Santo Antão em particular.

“A possibilidade de expandir o mercado lá fora significa aumentar a nossa carteira de clientes. Neste sentido, está prevista uma facturação de 50 milhões de dólares, o que corresponde em mais de 80% do mercado em Cabo Verde. Na primeira fase contamos enviar cerca de 50 trabalhadores, entre técnicos superiores; e, na segunda, mais 100, entre mecânicos, canalizadores, electricistas e outros. Já estamos a prepará-los neste sentido, através de formações”.

Consolidação do turismo

Apesar dos bons ventos externos, a SCI não se esquece do seu mercado inicial, Santo Antão. Segundo o seu “big boss”, a empresa vai continuar a apostar na melhoria da capacidade de recepção de turistas na ilha, o que passa pelo aumento do número de camas disponíveis.

Um exemplo de tal aposta é a construção de mais um aparthotel, o “Hotel Vista Oceano”, na Ponta do Sol, cuja  inauguração está prevista para Dezembro de 2013. A primeira fase do projecto começou em Setembro de 2008 e está orçado em 180 mil contos, para acolher 50 apartamentos, seis zonas comerciais e uma piscina. No total serão mais 130 camas disponíveis que contribuirão, sem dúvida, para a diminuição da carência da ilha neste sentido.

O Sinagoga Resort é um outro empreendimento também abraçado, conjuntamente, com a Câmara Municipal da Ribeira Grande e outros operadores, sendo a SCI o accionista maioritário com 42.5%. A primeira fase da obra termina também em Dezembro de 2013, com as 44 vivendas prontas na mesma altura, seguindo-se a segunda fase que consiste na construção de um hotel de 70 quartos, num total de 400 camas.

O entrevistado de A NAÇÃO acredita que Santo Antão tem de ter o seu lugar no turismo cabo-verdiano. “Temos que lutar para que Santo Antão se desenvolva em termos de turismo, porque trata-se de uma ilha com grandes potencialidades que precisam ser exploradas”, acrescenta.



Da sua parte, Emanuel Spencer diz nunca se ter arrependido de ter escolhido Santo Antão como o núcleo dos seus investimentos e que, pelo contrário, pretende continuar a apostar na ilha e nos jovens quadros, já que oportunidades de negócios no país e no estrangeiro é coisa que não falta. A crise, acredita, pode ser uma oportunidade de a Spencer Construções & Imobiliária ir mais longe na busca de novas metas.
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Djibla e o seu blogue de parede



Djibla é o fotógrafo mais conhecido de São Vicente, sobretudo pelo famoso mural de publicações logo à entrada de sua loja, na rua São João, no centro do Mindelo. Um autêntico blogue de parede, com tudo a que público tem direito, inclusive comentários e sugestões. 

 
As manchetes estão mais viradas para o sensacionalismo, com notícias de acidentes e assassinatos. No entanto, há o lado há mais cómico, com registos das situações caricatas e bizarras que vão tendo lugar em São Vicente, em Cabo Verde e no mundo. Coisas que normalmente nenhum dos jornais nacionais se ocupa. Os casos mais frequentes são as fotos de animais deformados à nascença que, quase sempre, consegue em primeira mão.

Mas sempre se pode saber mais. Na rubrica “Variedades” o leitor pode inteirar-se de informações sobre a saúde, conselhos médicos, entre outros assuntos. Também não faltam artigos de opinião e curiosidades. O certo é que quem passa pela montra do Djibla nunca fica indiferente, eleita por muitos como um “lugar de passagem obrigatória”.


“Reparei que o povo, muitas vezes, não tem acesso a certas informações. E, como eu tenho esse acesso, através de jornais que compro ou de recortes de jornais que muitos emigrantes me trazem de fora, coloco o que interessa na montra para que todos possam ficar a par dos acontecimentos”, conta Djibla, orgulhoso da sua vitrina.

Quem é Djibla?














O seu nome verdadeiro é Daniel Pinto Mascarenhas. Este “mnine de Soncente” nasceu na ilha do Maio, a 29 Fevereiro de 1940, filho de Idalina Pinto Mascarenhas, natural de São Vicente, e de António St. Aubyn Mascarenhas, de São Nicolau. O pai era funcionário aduaneiro e a mãe doméstica. Aos quatro anos foram viver para São Vicente e aqui tornou-se adulto. Aqui casou, teve filhos, sendo de há muito uma figura carismática da ilha. Djibla conta que já andou meio mundo, mas que não troca São Vicente por nenhum outro lugar. “Às seis da manhã estou a tomar o meu banho de mar. Onde é que posso isso fazer lá fora?” questiona.
A paixão pela fotografia

Fotógrafo profissional, neste momento dos mais antigos de São Vicente e até mesmo de Cabo Verde, a fotografia, conforme confessa, “é uma paixão”. Mais do que isso, “um prazer tremendo, uma coisa que encanta qualquer pessoa. A todos os lugares onde eu ia chamavam-me para tirar fotografias. Depois fui ‘obrigado’ a tirar fotografias de documentos, reportagens, casamentos, festivais, funerais”.

Com 14 anos Djibla já andava a brincar de fotógrafo com uma máquina pequenina, da qual já não se recorda como lhe foi parar às mãos. No então único de liceu de São Vicente, no período colonial, era ele quem fazia as reportagens dos grandes encontros, as festas e as novidades que aparecessem. “Nessa época as fotos eram oferecidas de graça às pessoas, mas as dificuldades obrigaram-me depois a vendê-las”, e assim, de paixão, a fotografia tornou-se também no “ganha pão” deste hoje empresário.

Entretanto, em 1961, Djibla partiu para Angola, a serviço militar. Durante o tempo que esteve na tropa era o fotógrafo do seu quartel, na infantaria de Luanda. Ganhou muito dinheiro e quando regressou decidiu montar o seu estúdio. Isto em 1967.
Uma galeria escondida
São poucos aqueles que já tiveram a oportunidade de conhecer a cave da sua loja, o cantinho onde Djibla guarda as recordações e os registos das mais altas personalidades e acontecimentos que marcaram São Vicente. É o caso da visita de Marcello Caetano, Baltasar Lopes da Silva a discursar da varanda da Câmara Municipal por altura do 25 de Abril, os comícios que se seguiram, a independência nacional, a chegada do barco “Independência”, os bailes que se faziam nesse tempo e mais um número interminável de acontecimentos. Afinal, qual testemunha ocular da história, Djibla e a sua máquina não poderiam deixar de estar presentes nesses e muitos outros acontecimentos que se seguiram.

Precisamente por isso, mais do que um depositário de imagens, este cabo-verdiano, que também chegou a ser deputado nacional pelo MpD, é também um memorialista. Gosta de relembrar e contar, para quem quiser ouvi-lo, as histórias e os nomes que existem por detrás de todos aqueles negativos e registos. Possui vários livros de registo onde tem anotadas todas as pessoas e acontecimentos que já passaram pela lente da sua máquina.
Felizmente, neste momento, está a trabalhar na digitalização de todo o seu acervo de imagens, para um dia criar um arquivo nacional ou da Cidade do Mindelo, conforme for o caso. 

Questionado se não estaria a pensar em criar um site, responde que, por não possuir muitos conhecimentos em informática e pela falta de tempo, prefere não pensar no assunto. “Muita gente já me fez a mesma pergunta”, acrescenta.
As modernices

Hoje, num mundo de máquinas digitais, onde quem quiser é fotógrafo, confessa que os negócios já não são como antigamente. “Já quase que não há impressão de fotografias. Antigamente, muita gente vinha cá, tínhamos os rolos e ficávamos até tarde a trabalhar. Houve uma época, por exemplo, em que muitos chineses que atracavam no Porto Grande vinham ter comigo. Às vezes, com trinta rolos, davam-me um prazo limitado para lhes entregar”.

Mesmo com os tempos difíceis, Djibla diz que vai continuar a trabalhar na sua arte. Afinal, mais do que uma profissão, a fotografia é uma paixão que nem o tempo nem o avanço tecnológico conseguiram sufocar nele.