O
cenário da zona do Planalto Leste nos últimos anos não tem sido dos melhores,
sobretudo pelos sucessivos incêndios e secas intensas que se tem vindo a
verificar. No entanto, já se pode notar alguns avanços com programas já
implementados bem como uma visão menos conturbada para os próximos tempos.
Uma
das questões que têm preocupado as entidades neste momento é a questão das
mudanças climáticas. Este ano, as previsões meteorológicas não foram das
melhores ao contrário do que aconteceu no ano passado, facto que se traduz em
graves problemas não só para os agricultores em si como também para o meio
ambiente com a questão da erosão dos solos.
“Toda a gente sabe que as mudanças climáticas são
uma realidade”, afirma o coordenador do projecto “Adaptação às Mudanças
Climáticas”, Orlando Freitas. “Tivemos dois anos de chuva, aparentemente as
coisas estavam a mudar e aqui estamos nós em 2011 que prova que as mudanças
climáticas são fenómenos que temos que nos consciencializar, principalmente no que
diz respeito a erosão dos solos”.
Combater
a erosão
Para
este ano, está programado serem plantadas 166.000 plantas em vários pontos do Planalto.
Neste momento já existem mais de 90.000 plantas cultivadas. O programa está a
ser financiado pelo Fundo Global para o Ambiente (GEF).
O
objectivo é reter os terrenos através da plantação de babosas no sentido de
combater a erosão, ajudando, desta forma, os agricultores a terem melhores
rendimentos.
“Obtamos
pelo cultivo da babosa, porque se fossemos construir socalcos seria muito
dispendioso e o nosso orçamento não chegaria para cumprir os objectivos
delineados”, reconhece Orlando.
Para
o futuro está previsto o reaproveitamento desta planta para o fabrico de
produtos cosméticos, diminuindo as exportações que se faz do mesmo para a
exploração industrial em Cabo Verde. Para além disso, o projecto visa trabalhar
junto das pessoas, no sentido de consciencializa-las acerca do fenómeno das
mudanças climáticas bem como apontar caminhos no sentido de tirarem proveito
dos recursos de que dispõem.
Áreas protegidas
Para
além desse plano que já está em andamento, está previsto a implementação de um
outro projecto “Instalação de Áreas Protegidas”, através da construção de três
parques naturais. Dois deles serão construídos no Planalto e outro em São
Vicente.
Só
no Planalto podem ser encontradas mais de metade das plantas endémicas
existentes em Cabo Verde. Neste momento algumas correm sérios riscos de extinguirem-se
derivados aos problemas que têm enfrentado naquela localidade. É neste sentido
que surge este programa, no intuito de preservar a biodiversidade que existe no
país.
“Temos
um estudo minucioso como ponto de partida, ligado a diversidade desse
planalto”, adianta o coordenador do projecto, Emitério Ramos. “Possivelmente
antes do fim deste ano, o estudo será iniciado, onde haverá pessoas
especializadas na área para nos ajudar a identificar toda a vegetação aqui
existente, para que possamos diferenciar cada tipo dessas plantas endémicas”.
A
par desses programas, estão a ser desenvolvidos trabalhos ligados a comunidades
locais no sentido de criar condições para que possam tirar proveito dos
recursos disponíveis de forma sustentável. A ideia é ensinar-lhes a conservar e
explorar esses recursos sem ameaçar a existência dessas espécies no futuro
próximo.
Para
o próximo ano também será dado à população uma linha de crédito para apoiar
actividades geradoras de rendimentos de pequenos projectos. Essa linha de
crédito será financiada pelo fundo mundial pró ambiente – (FMPA - Florida Municipal Power Agency) e Co-financiado
pelo governo de Cabo Verde, num valor de 4 milhões de dólares para a primeira
fase.
Um exemplo a ser
seguido
Ocília
é um exemplo entre poucas que começa a aproveitar esses recursos existentes
como o sisal para fazer bolsas, rendas, cestos, bolsas de telemóvel entre
outros. Começou a desenvolver esta prática, segundo conta, após uma formação
realizada de Agosto a Setembro do ano passado, ministrada a 16 associações
comunitárias.
Por
enquanto, diz ela, “é feito apenas por diversão, porque não temos mercado e
também porque não possuímos os equipamentos necessários para podermos aumentar
a produção. Não é algo que se pode tirar o sustendo da família. Será um ganho
sim, mas no futuro, quando houver mais financiamentos ou mesmo um espaço de
venda”.
Cada
peça é vendida por 250 escudos cabo-verdianos, e geralmente, quem compra são os
turistas. Por enquanto não é algo que lhes garanta o sustento de suas famílias,
mas mostram-se optimistas quanto ao futuro, porque vêem nestes projectos
oportunidades para mudarem as suas vidas.
Samira
Silva e Sibelle Martins
Oi, Sib.
ResponderEliminarVou dizer-te, mais uma vez, que gostei do blog. Gosto da forma como tu escreves. Gosto também da tua poesia, mesmo as tristes. Não pares, porque teu futuro passa por aqui, definitivamente. Adoro-te. Beijo.
Obrigada Neu, pela força. Sempre foste aquele que mais acreditou em mim. Abraço
ResponderEliminar