Rimas só
em versos
E mesmo
assim se existirem
Porque
os criei perdem a beleza.
Ensaio
personagens
Traço
caminhos que não chego a seguir.
Vivo os
argumentos,
Vegeto
neste conto de rimas falsas.
Falsa modéstia,
Falsos versos,
Quando
meu espírito livre
Grita
por este corpo que o prende,
Que o
dilacera.
Esconde,
foge da sua identidade,
Ímpar,
Individual.
Quer ser
como os outros,
Um
pedacinho de cada um,
Porque insanamente
Estes
pedaços constroem
Um corpo
perfeito.
Falsas
nuvens,
Mundo
cinzento,
Jogo de
desespero,
Luta desigual,
Fumaças
e cinzas
Que
ofuscam a nitidez das pedras,
Das rosas, do ar.
Neblina,
Camadas
de superfície,
Salinas
do meu sangue
Que
embaçam a atmosfera dos homens
E não os
deixa respirar.
Fervilhão de poeiras que me fazem sentir
Que
estou a milhares de anos-luz
Do meu
ser
E a
terra embaça
Não
sinto a superfície
As
minhas pernas não respondem
Ar
agreste aspira
As
ultimas gotas de suor que me restam
Por isso
esse mar desconhecido
Estes
pés de cal
Este
olhar atrofiado
Este
coração que foge dos intentos da carne
Este ar
que mal entra
Este
corpo que não responde
E por isso este eu que não sou
Aquele
que invejo
Mais um
outro que sou
Mas que
não conheço.
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