Nós
viemos de algum lado,
Somos
partes inescludíveis
De
um só ser.
Não
me venha agora trazer pudores,
Abreviações
masculinas
Sintetizar
minha dor, absorver minha sanidade
Com
as colunas sociais de coisas que não lhes entendo o gosto.
Não
me venham calar aos palmos,
Espantar
minha impaciência,
Derrubar
meus sais.
Eu
vim de algum lado,
Cresci
com gente,
Amei
e continuo a amar e a desamar.
Desamarrem-me
desta farsa da qual
Não
vos pedi para participar.
Dêem-me
licença do meu espaço, do meu canto.
Não
me venham com sorrisos patéticos,
Com
brilhos de luz fluorescentes,
Com
clamores mascarados de dor.
Não,
não.
Eu
digo não
Todos
os dias
Não!
Não
a todos os enganos
Não
a mais decepções
Não
aos espelhos
Não
aos telhados
Não
aos vizinhos desconhecidos
Não
ao calvário do mundo
Nós
viemos de algum lugar
Parecido
até.
Quem
sabe não somos parentes?
Talvez
a minha avó saiba.
Talvez
a minha avó me conte
Talvez
eu chore, entranhado nas suas estórias infinitas
Porque
saberei como eu sempre soube
Que
é das poucas coisas que merecem ser lembradas,
Abraçadas
por mim.
Das
poucas coisas que merecem a minha ternura
O
meu eu verdadeiro
O
meu olhar mais puro
O
meu sorriso sincero.
Não
tentem calar a minha boca
Estou
farta de finfir que finjo
Quero
viver só por viver
Errar
quando tiver de ser
Sorrir
quando me der vontade.
Vá
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de tudo
Fraldas
que nos privam de sermos nós
Que
Deus os carregue a todos
Todos
esses males
Que
me livre do fantástico
Do
soberano
Das
coisas que se dizem nobres.
Eu
quero ser eu
Grito
por isso
Não
me mascarem de soldado vosso
Não
quero.
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