A procura de um turismo
diferenciado atrai cada vez mais estrangeiros para a ilha de Santo Antão. Todas
as semanas cerca de 230 turistas franceses chegam à ilha em busca de aventuras nas
zonas rurais, montanhas e vales. Um alento para os operadores turísticos, mas
que ainda não atingiu a “velocidade de cruzeiro” por falta de disponibilidade
hoteleira para responder à demanda.
De
2010 para 2011, o número de passageiros que desembarcam no Aeroporto Internacional
Cesária Évora, em São Vicente, para desfrutar da variedade paisagística da
vizinha Santo Antão cresceu 50 por cento. Mas o crescimento poderia ser maior, expressa
o director do aeroporto, Nuno Santos, não fosse a falta de infra-estruturas na
ilha das montanhas para acolher aquelas que vêm da Europa com desejo de
desafiar a natureza, percorrer trilhas em bicicleta ou a pé para descobrir o
mundo rural.
“Os
grandes operadores turísticos por vezes ficam limitados. Não podem fazer
grandes investimentos - e há bastante margem para isso - porque não há hotéis
com capacidade suficiente para um maior número de hóspedes. Os turistas quando
optam por Cabo Verde vêm à procura de sítios rurais e de hotéis que tenham
traços da realidade cultural destas ilhas e há poucos desses em Cabo Verde”.
Para
além disso, por não haver complexos turísticos para albergar um número
significativo de turistas de uma só vez, faz com que os operadores não consigam
oferecer um pacote pré-pago “all inclusive”, facto que, segundo Nuno Santos,
traduz-se numa vantagem mas, ao mesmo tempo, numa desvantagem.
“É
vantajoso nesse aspecto, porque como não vêm com o pacote pré-pago, eles tem de
sair à procura de alguns serviços, restaurantes; e isso implica dividendos para
os locais por onde eles passam. Traz uma nova dinâmica à economia da ilha,
converge em oportunidades de negócio e é atractivo para os próprios operadores.
Por outro lado, pode ser uma desvantagem na medida em que não podemos fazer
economia de escala, o que aumentaria o número de turistas que viriam para Cabo
Verde. Ou seja, quanto maior o número, menores são os preços e nós ganhamos na
margem”.
Turismo de trekking em Santo Antão
Todas as semanas a ilha de Santo Antão recebe cerca de 230 turistas vindos de França, em busca
da natureza, das montanhas e dos contrastes para a prática do trekking
(caminhadas em trilhas em busca do contacto com a natureza e culturas
diferentes). Normalmente os percursos escolhidos são Cova – Paul ou Cruzinha –
Fontainhas – Ponta do Sol. Uma prática que existe desde a década de 90, mas que
tem vindo a ganhar terreno, sobretudo com o envolvimento significativo de
operadores turísticos que vêem neste tipo de turismo um potencial a ser
explorado.
A
organização é feita pela Aliança Crioula, constituída por um conjunto de agências
entre os quais CABETUR, CABOLUX, NOVATUR e INCO. Os turistas chegam à ilha na segunda-feira
de manhã, após uma breve paragem na cidade do Mindelo, e dirigem-se aos três
concelhos. Alojam-se em hotéis, residenciais e pensões, fazendo-se acompanhar
por um guia.
Uma
lufada de ar fresco
As
ilhas de Santo Antão, Fogo, São Nicolau e Santiago podem ser, dizem os operadores
turísticos, não só “a salvação para o turismo em Cabo Verde” como a garantia de
“manutenção da identidade cabo-verdiana”. E é nestas ilhas que podem vincar o
trekking e o turismo cultural.
Segundo
uma representante da Aliança Crioula, o turismo sempre sairá a perder se os
operadores continuarem a apostar apenas na vertente balnear.
“O turismo só
existirá em Cabo Verde quando este for fidelizado, facto que ainda não
acontece. Os turistas que procuram Cabo Verde como destino nunca mais
regressam, porque voltam para os respectivos sem conhecer realmente o
diferencial que marca estas ilhas e que, se for explorado, pode reverter esta
situação. Este país de contrastes, das imagens, da música, da cultura resume-se
para a maior parte deles em sol e praia”.
Apostar
no turismo rural e cultural são imperativos que deverão estar na linha da
frente, quando o assunto se vira para a sustentabilidade do sector. Segundo o empresário
José “Djo Pan” Oliveira, para além dos benefícios socioeconómicos, o produto
turístico cabo-verdiano sai “extremamente enriquecido quando tem a
complementaridade Santo Antão. Eu diria mesmo que a sustentabilidade do turismo
cabo-verdiano passará indubitavelmente pelas ilhas de cultura mais marcante como
Santiago, Santo Antão, Fogo e São Nicolau”.
adoramos a ilha da boa vista-mas nao gostamos dos grandes hoteis que pro la se estao a fazer--sao feios e pouco dinheiro deixam nas ilhas-ficamos na cidade em peq hotel-muito bom
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