sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Desconhecido















Viajo na loucura de nada saber sobre mim.
Nada além das discrepâncias
Entre eu e o meu corpo nu.

Sou alma,
Sou o vento que passa,
Sou o tempo que não se mede,
Sou o medo que me persegue,
Sou um eu que não conheço.

Apago do meu passado as lembranças,
Os retratos do meu corpo em metamorfose,
Num tempo que se repete e nunca passa,
Num redemoinho em espiral,
Que se apossa da nossa sabedoria,
Da nossa bendita sabedoria.

O destino me consome,
Destruindo a liberdade dos meus passos,
Anulando minha presença,
Minhas conspirações mentais
Sobre o que vejo,
Sobre o que sinto.

Não consigo olhar para mim,
Não consigo ouvir-me
Não me conheço
Não tenho fé
Sou lixo no meio do Universo,
Uma partícula a mendigar espaço e tempo.

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